Tradutor

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.


Clarice Lispector LISPECTOR, C. Água Viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco. 1973.

Nenhum comentário:

Postar um comentário