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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

(...) A amizade, eu sempre posso explicar, se quiser, como sendo uma coisa provocada por mim (suponhamos, sem modéstia, pela minha simpatia). O amor, eu posso explicar dizendo que foi provocado pela atração que todo mundo tem. Mas você – eu não posso nem quero explicar – eu agradeço.


— Clarice Lispector. Carta a Tania Kaufmann [05/11/48], no livro "Correspondências". (Ed. Rocco; 1.ª edição [2002]).

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho Que se traia sem se dar conta. Ao mesmo tempo que se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma joia, linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer, um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu. 

 

Charles Bukowski 

 (...) Às vezes dão-se encontros, até com pessoas totalmente desconhecidas, que despertam o nosso interesse logo ao primeiro olhar, assim, de repente, de improviso, antes de se ter trocado uma só palavra.


— Fiódor Dostoiévski, no livro "Crime e Castigo". (Editora 34 [Coleção Leste]; 6.ª edição [2009]).

Entregue-se

 Entregue as suas flores a quem saiba cuidar delas. 


- Saramago, Viagem a Portugal.

sábado, 22 de janeiro de 2022

 Nosso amor era maior que o amor(...)

E nem os anjos do céu de louvor,

Nem demônios debaixo do mar 

Poderão separar minh'alma da alma 

Daquela que eu souber amar. 

Edgar Allan Poe no poema 'Annabel Lee'

 

“Talvez o próprio amor seja a resposta, talvez seja ele o escudo mais poderoso que haja neste mundo, a força da cooperação, do afeto, do carinho, a mão que se estende para o necessitado quando tudo lhe é retirado.”
 
— Arthur Louzada em '40 Cartas para Ofélia'

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão. Que às vezes se extasia como diante de fogos de artifício. Sou só e tenho que viver uma certa glória íntima que na solidão pode se tornar dor. E a dor, silêncio. Guardo o seu nome em segredo. Preciso de segredos para viver.


Clarice Lispector LISPECTOR, C. Água Viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco. 1973.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

 

"Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música."
 
— Aldous Huxley

domingo, 9 de janeiro de 2022



(...) Mas, veja bem, meu caro: não existe nada mais forte do que estes dois soldados: paciência e tempo.

— Liev Tolstoi, no livro "Guerra e Paz". (Ed. Cia das Letras; 1.ª edição [2017]).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

 Incompreendida,

é assim que me sinto por todos os caminhos que sigo; Nada parece me pertencer e talvez a vida seja isso mesmo, o nosso não pertencimento de nada, de ninguém, mas eu queria, sabe? Queria ter a sensação de que existe alguma coisa e em algum lugar que vai me dar a emoção de sentir-se pertencente. 

A parte engraçada da história é que eu jovem batia no peito "almas selvagens correm por entre as estrelas", era o ditado, talvez titulo de algum livro que li pelo decorrer da minha vida pacata antissocial. A meta era essa, correr, e agora eu corro. Corro contra o tempo, eu nem sequer sei que tempo é esse que acho ter, e a cada passo levo essa angústia. 

Queria me conhecer, mas não sei o que sou. Constantes mudanças de atitude me deixam rodando e rodando, apesar de saber muito bem quem sou, as pessoas me colocam em duvida, talvez o personagem que inventei seja quem eu realmente sou. Talvez, quem eu seja, exista apenas na minha mente conturbada. Se ao menos sentisse fazer parte de algo, tranquilizaria esta mente inquieta a qual me conduz a seguir esta linha cruzada entre a busca por raízes vs saber que ar não se fixa.

Um desejo sádico de morrer, sem a morte. De ter um botão que me desligasse igual desligo o notebook. Um botão que simplesmente fizesse toda a minha existência desaparecer, sem deixar rastros.
Sim, eu existi em alguma parte da vida, e agora não existo mais!
Não sei se to explicando direito, sou péssima em dizer o que sinto, mas seria algo bem perto disso. De um surto coletivo da minha existência *BUM* sumi!

CBSantos