afagam:

achei que te perder seria minha maior tragedia;

ate que um dia eu me perdi

e meu bem,

nada se compara a morar em si e não se achar.

Eu vi o fim algumas vezes, Amélia.

Já fui dormir gritando em silêncio com a cabeça entre os travesseiros e o coração doendo de uma forma que nunca imaginei. Tantas vezes chorei diante do espelho ao perceber que eu já não era eu e, novamente, havia perdido mais uma batalha contra aquilo que só me faz sangrar. Tantas vezes morri em meu quarto, sozinha, sem nenhum ruído sequer. uma morte doída, onde apenas eu chorava sobre minha alma, mas em todas esses fins eu pude renascer e enxergar a Vida novamente, Amélia.

grata sou.

“A solidão em si é muito relativa. Uma pessoa que tem hábitos intelectuais ou artísticos, uma pessoa que gosta de música, uma pessoa que gosta de ler nunca está sozinha. Ela terá sempre uma companhia: a companhia imensa de todos os artistas, todos os escritores que ela ama, ao longo dos séculos.”

 

 — Carlos Drummond de Andrade.

Não há nenhuma cura mágica, não há como fazer tudo ir embora para sempre. Há apenas pequenos passos para cima; um dia mais fácil, um riso inesperado, um espelho que não importa mais.

Garotas de vidro

Por isso, ele nunca saberá como eu o amo; e não é por ele ser bonito, mas por ser mais parecido comigo do que eu própria. Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais.

 

—  O Morro Dos Ventos Uivantes